A Companhia Porto Piauí foi palco de um intenso intercâmbio cultural e de negócios, nesta semana, durante a Missão Empresarial Itália-Brasil para o Setor de Pesca e Aquicultura, que permitiu o encontro entre investidores, pesquisadores e empresários italianos e piauienses para debater o presente e o futuro da economia pesqueira do Piauí.
O principal propósito da missão foi promover o intercâmbio entre os setores produtivos da Itália e do Piauí, visando fortalecer a cadeia pesqueira e ampliar as oportunidades de cooperação e investimento.
O encontro foi promovido pela Companhia Porto Piauí em parceria com a Italian Trade Agency (ITA), agência do governo italiano de promoção de intercâmbio comercial e tecnológico, além do apoio do Consulado da Itália no Brasil.
Na oportunidade, o presidente da Companhia Porto Piauí, engenheiro Raimundo Dias, e a vice-presidente, Maria Cristina Araújo, apresentaram a CIA e os seus negócios.
A vice-presidente realizou uma apresentação institucional da companhia, incluindo o diagnóstico do setor pesqueiro piauiense e os projetos de infraestrutura: o terminal de uso privado, a hidrovia do rio Parnaíba e, principalmente, o Terminal Pesqueiro de Luís Correia, ponto focal de interesse da missão.
Depois das apresentações, os empresários italianos e piauienses, incluindo pesquisadores, acadêmicos e superintendentes, expuseram seus trabalhos, demandas e expectativas. Os integrantes da missão participaram ainda de reuniões bilaterais e almoço de confraternização, dando continuidade às tratativas de cooperação entre os setores produtivos.
A comitiva conheceu também a Escola do Mar, em Luís Correia. A instituição oferece, além da grade regular de ensino, cursos técnicos voltados para carreiras marítimas e do ciclo econômico da pesca.
Para Francesca Galli, vice-diretora do escritório brasileiro da Italian Trade Agency, a visita ao Piauí foi surpreendente e inspiradora.
“Foi importante ver! Não somente ouvir falar. Essa visita, e outras que vamos fazer, serviu para gente conhecer todas as atividades integradas no porto. Além disso, a Escola do Mar foi muito interessante. É um modelo a ser exportado, porque na Itália não existe uma escola assim. É um projeto que nosso Ministério da Agricultura está tentando criar. Foi incrível”, comentou a gestora.
Visitas técnicas
A comitiva italiana realizou visitas técnicas à estação de aquicultura da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), em Parnaíba, e a uma fazenda de camarão no município de Ilha Grande, neste sábado (1).
Na Estação de Aquicultura, o grupo foi recebido pelo professor Josenildo de Souza e Silva, que apresentou as tecnologias de baixo custo desenvolvidas para o aprimoramento da produção de pescado, destinadas principalmente aos pequenos produtores.
Depois, a comitiva conheceu uma fazenda de camarão em Ilha Grande, e pôde observar as técnicas utilizadas para produzir em água doce. A carcinicultura do Piauí, que se concentra na criação do camarão-cinza, é um arranjo produtivo que tem demonstrado uma força crescente, e registrou um salto de 23% na produção entre 2023 e 2024, gerando R$ 85 milhões em receita.
A dimensão científica e tecnológica foi um dos aspectos mais destacados pelo analista de comércio internacional da Italian Trade Agency (ITA), Antônio Monge. Segundo ele, a visita pode ser o primeiro passo para uma parceria educacional e tecnológica duradoura entre a Itália e o Brasil, com foco na pesquisa realizada no Piauí. Segundo ele, o trabalho desenvolvido no Piauí pode vir a fazer parte de cursos de formação desenvolvidos na Itália.
Para Antônio Monge, analista de comércio da Italian Trade Agency (ITA), o balanço do encontro foi positivo. Ele destacou as múltiplas dimensões do intercâmbio e as oportunidades de investimento. Encantado com a beleza do Piauí e com a qualidade das perspectivas apresentadas, ele comentou que a visita pode ter sido o primeiro passo de uma parceria educacional e tecnológica entre a Itália e o Brasil.
“Vai ser um prazer muito grande fazer uma ponte entre os grupos portuários que tem italianos que tenham essa experiência e sobretudo o interesse em investir aqui”, disse Antônio Monge.
